Vereador Saadi, Curi e Andreollo, no Simpósio

Apesar do sistema de captação de órgãos e realização de transplantes terem melhorado nos últimos anos, especialistas reunidos nesta quinta-feira (26/11), na Câmara Municipal, alertaram para uma série de gargalos do programa nacional. “Existe deficiência grande, se perde muita oportunidade de doação pela falta, às vezes, de previsão e de financiamento nessa fase de atendimento ao paciente grave. Quando se encontra um doador, as coisas tem que acontecer de forma ágil, é um espaço curto de tempo. Os transplante de coração e fígado, por exemplo, exigem são poucas horas para o procedimento. Mas para que as coisas aconteçam de forma tão rápida tem que haver um aperfeiçoamento técnico-científico muito grande”, disse o presidente da Associação Paulista de Medicina, Jorge Carlos Machado Curi, que também ressaltou que os Municípios de São Paulo e Campinas, apesar de todas as dificuldades de saúde pública, são os que mais realizam o procedimento no Brasil, mas ainda há problemas de infraestrutura e de logística.
Durante o 1º Simpósio de Transplantes e Doação de Órgãos, Curi informou que o Brasil passou os Estados Unidos em 20%, em termos de número de doações, só perdendo para Barcelona, considerada a mais organizada do mundo na realização ao procedimento. O coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Transplantes de Órgãos e Tecidos do HC da Unicamp, Nelson Adami Andreollo, considerou espantoso o país ter avançado nas doações nos últimos 15 anos. “Ainda não chegamos ao patamar de excelência, há um grande número de pessoas na fila de espera, por esse motivo queremos sempre oferecer mais a população”. Só Campinas possui dois hospitais que realizam o procedimento: o Hospital das Clínicas da Unicamp e a Celso Pierro. Segundo ele, o HC realizou até agora mais de 2 mil transplantes, entre córnea, rins, fígado e coração. E em 2009, começam os trabalhos para que o hospital realize em breve transplantes de pulmão.
“A população brasileira está entendendo isso, apelo das pessoas que estão na fila de transplantes, o próprio Governo Federal, Estadual e Municipal tem dado um incentivo muito grande para que os transplantes e as doações de órgãos aconteçam e se possa atender a população necessitada”, afirmou Anderollo.
Na reunião, representantes de associações envolvendo os transplantados e depoentes defenderam uma maior divulgação do assunto, pois acreditam faltar informações sobre o procedimento, o que muitas vezes dificulta as doações por parte das famílias.
O vereador Dário Saadi, que coordenou o simpósio, considerou importante o Legislativo discutir o assunto. “A Câmara tem que discutir essa questão que é muito importante, conscientizar as pessoas sobre a doação de órgãos. O Brasil melhorou muito, só nos últimos dois anos crescemos 52%, mas tem muita gente na fila, milhares de pessoas aguardam o transplante. E a população tendo consciência que a doação é importante vai ajudar a diminuir essa fila”. Saadi ainda defendeu a criação de mais centros transplantadores de órgãos para que o país avance nessa área.
O simpósio, que teve início nesta terça-feira (24/11), na Unicamp, continua será encerrado hoje à noite na Universidade.
Texto: Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Campinas
Foto: A.C. Oliveira/ CMC
===============================================
===============================================
Nenhum comentário:
Postar um comentário