segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Depois do Vendaval


A manha do dia 20 de maio de 2011 jamais será esquecida pelos Campineiros.  

Uma operação policial cumpria 22 mandatos de prisões temporárias de empresários e integrantes do primeiro escalão da Prefeitura de Campinas, incluindo a 1ª dama e Secretaria Chefe de Gabinete, Rosely Santos e o Vice-Prefeito à época, Demétrio Vilagra decretadas a pedido dos promotores do Grupo de Combate ao Crime Organizado - GAECO, que investigam fraudes em licitação na SANASA e corrupção na liberação de empreendimentos imobiliários e antenas de telefonia celular.

Instalada Comissão Processante na Câmara, a cidade acompanhou por 03 meses um vendaval de denúncias de corrupção que a cada dia provocava mais revolta e horrorizava uma população que até então avaliava, em sua maioria, positivamente a administração.

Mesmo criticada pela histórica postura adesista ao governo da maioria dos vereadores, a Câmara sente a gravidade das acusações, a indignação e cobrança da sociedade manifestadas através da imprensa e fortemente nas redes sociais da internet e cassa Hélio de Oliveira Santos.

Investigado nas mesmas denúncias, Demétrio Vilagra assume, e vê a imediata aprovação de Comissão Processante e de seu afastamento. Alegando que os fatos e denúncias são anteriores ao mandato, o Prefeito recém empossado consegue na Justiça a suspenção da Comissão e de seu afastamento e permanece no cargo provocando na cidade o amargo gosto da impunidade.

Depois das gestões mal avaliadas de Jacó Bittar e Izalene Tiene, exceção aos 8 meses de governo do Toninho em 2001, o PT chega pela 3ª vez nos últimos 20 anos ao comando do município de Campinas, desta vez, pelas portas dos fundos amparado por uma medida Judicial. Mas, sem credibilidade, o governo Demétrio tenta descolar da administração Hélio como se fosse possível apagar o passado recente quando o PT além do vice-prefeito ocupava 4 secretarias do governo cassado.

A avalanche de denuncias de corrupção encontrou espaço na mídia nacional vinculando, no auge da crise, o nome de nossa cidade à corrupção. Mas não somos a cidade da corrupção! Somos um dos maiores polos de tecnologia do hemisfério sul, a cidade com o 10º PIB do Brasil, líder em registro de patentes no exterior, a 9ª praça bancaria do país. Nosso PIB é de R$ 27 bilhões e nosso comercio movimenta mais de R$ 20 bilhões ao ano. Nossas universidades públicas e privadas são referencias no ensino e na produção do conhecimento, o que nos torna polo de educação e pesquisa.

Mas a riqueza maior dessa metrópole não é sua realidade macroeconômica, mas sim a sua gente, que trabalha, empreende, paga mais de R$ 10 bilhões de impostos ao ano e constrói uma das cidades mais importante do país. Gente que protagonizou e exigiu a resposta mais dura do legislativo, a cassação de Hélio e abertura de processo e afastamento de Vilagra, mostrando que depois do vendaval a cidade, que soube reagir, mesmo decepcionada sai fortalecida.

Dário Saadi
Vereador Líder do DEM - Campinas


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